segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Porque o terno?



Aproveitando o texto do Papai Noel, resolvi falar de outra coisa que não entra muito na minha cabeça. Desafio qualquer pessoa a me dar uma razão lógica para usarmos terno, gravata e sapatos em uma segunda-feira de 40º! Eu sei que muita gente acha bonito, que se pudesse não tirava o paletó nem para tomar banho, mas o que me incomoda é a obrigatoriedade do traje. Hoje mesmo fiquei pensando sobre isso quando vi um menino de terno na cantina da universidade, porque usar terno pra trabalhar até vai, mas ficar na aula com uma gravata apertando o seu pescoço em uma hora que você pode usar bermuda e chinelo é uma coisa que vai bem além do que eu posso entender.
É aí que entra nossa geração, a famosa geração Y. Dizem que vamos mudar as relações de trabalho, a forma como seres humanos e máquinas interagem, as formas de contratação e as competências exigidas pelo mercado. Será que vamos mudar a forma de se vestir no trabalho também?
Para mim a resposta é sim. Algumas empresas no Brasil e no exterior já estão adotando sextas liberais, para que os profissionais possam ir mais a vontade, ou então liberdade para trajes usados dentro das empresas. Não estou aqui defendendo que a gente trabalhe de sunga, mas uma bermuda com uma camiseta de malha seria bem adequado para o clima que temos aqui. Falamos tanto em globalização, em respeito a diferenças culturas, sobre a necessidade de aceitar a forma de se vestir e viver de outros países, então porque não aceitarmos nossa própria cultura de país tropical e adotar trajes mais frescos.
Acredito que roupas mais leves facilitariam o trabalho, pois não conheço ninguém que goste de trabalhar se sentindo em um forno. O rendimento das pessoas com toda certeza seria melhor. Trabalhar mais a vontade, quem sabe usando um chinelo, seria uma forma de tornar as empresas um pouco mais parecidas com lugares em que gostamos de estar. Parece que a nossa geração vai acabar exigindo isso, uma vez que hoje queremos muito mais uma empresa que se identifique com nossos valores e cultura do que simplesmente se submeter a qualquer emprego por dinheiro.
Eu, e não só eu como muitos gestores, apostam que tornar a empresa um lugar agradável para estar será o futuro das organizações que quiserem sobreviver no mundo da geração Y. Vale pensar no que você espera do mercado quando estiver trabalhando. Terno e gravata, ou uma camiseta de malha?

sábado, 21 de novembro de 2009

Vai entender o veludo vermelho!

Hoje estava arrumando a loja da minha mãe e fiquei observanto a decoração natalina do vão central do Shopping. Se tratava de um trem que passeava no bosque do Papai Noel, com renas, muita neve, grandes bastões de peppermint, anões que parecem duendes ou duendes que parecem anões e o melhor o bom velhinho trajando uma quente equação que pode ser resumida em: Casaco + Calça + Gorro + Peruca + Barba + Botina + crianças de 2 a 8 anos pulando = 45º Celsius.
Aí me pergunto mais uma vez, o que milhões de pessoas se perguntam todos os anos: Qual o sentido de veludo e neve em um país tropical com um Natal de 40º? Tudo bem! Eu entendo que nós, como grande parte do mundo, herdamos esse tipo de simbologia dos Estados Unidos, e que lá neva, que eles realmente eles comem peppermint, que o cara que deu essa aparência para o Santo Turco em 1886 era americano...enfim sei de tudo isso, mas acho que está na hora da gente começãr a fazer um natal com uma cara mais brasileira, não é?
Esse ano, com o dólar mais baixo, eu aposto que não vão faltar castanhas, nozes, avelãs, damascos e bacalhau na mesa de boa parte do país. Eu, particularmente, prefiro um Natal bem brasileiro, tipo lombo com farofa e maionese. Somado a comida, um típico amigo oculto, no qual sempre existe o premiado do par de meias dado por uma tia sem noção, uma pessoa que não te vê desde que você tinha 12 anos e traz uma blusa P e o sem criatividade dá uma caixa de bom bom da mesma marca há 13 anos, enfim acho divertido e bem a cara de festa de família brasileira.
Voltando ao assunto da decoração, acho que a gente poderia investir em um Natal bem brasileiro, com Papai Noel na praia, visto nossos 9198 km de litoral ou então um Papai Noel da soja, já que exportamos só neste ano mais de 25 milhões de toneladas desse grão. Agora usar roupa de veludo, renas e trenó em um calor de 40º não dá! A não ser que as renas sejam jumentos do sertão e o trenó seja usado para fazer skibunda nas dunas de Natal.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Kirgistão

Quantas coisas acontecem sem que a gente espere? Quantas pessoas conhecemos e conversamos, quantas coisas descobrimos sem imaginar que isso vai acontecer?
Isso aconteceu hoje comigo. Estava em casa atualizando umas planilhas quando recebi um convite no Gtalk com um nome muito diferente, resolvi aceitar e logo a pessoa veio falar comigo. Se tratava de uma menina da Aiesec Kirgistão que logo me contou estar de malas prontas para uma viagem à Macedônia. Resolvi então conhecê-la melhor e aproveitar para saber mais sobre esse país que eu, sinceramente, não sabia onde ficava. Conversando com ela percebi o quão pouco sabemos sobre o nosso planeta. Conhecemos alguma coisa de Europa, América, talvez alguns países da Ásia, parece até que o mundo se resume a isso. Julgamos sempre pelo que já sabemos ou imaginamos saber. O que é o Kirgistão? Onde Fica? Quem são as pessoas que vivem la? São muçulmanos, cristãos, budistas? Essas foram perguntas que vieram imediatamente a minha cabeça!
Conversando com ela descobri que é um país localizado na Ásia central, próximo a China e ao Paquistão. Atualmente vivem sob um regime autoritário e durante os muitos anos de história foram Budistas, Shintoístas, Politeístas e hoje, são em sua maioria, muçulmanos. Segundo ela é um país muito singular que formado por um povo nômade, recebeu influências das mais diversas culturas se tornando oriental, com influências européias e resquícios do comunismo Russo. Nas montanhas, que varrem o país, ainda é possível encontrar alguns nômades mantendo vivas tradições muito mais antigas que nosso tempo de Brasil.
Ela me contou que vive em um país com belas paisagens e uma cultura muito rica, fruto de invasões que construíram o Kirgistão ao longo dos séculos. Sobre o Brasil, me disse ser um país em desenvolvimento que vem ganhando repercussão internacional pelo crescimento econômico e por paisagens paradisíacas.
É interessante ver como outras pessoas se reconhecem em suas culturas e como enxergam a nossa. E isso é um dos maiores presentes que a Aiesec tem me dado, o contato com pessoas de lugares no mundo que eu nunca tinha imaginado conhecer. Ter contato com essas pessoas me faz repensar a minha relação com o Brasil e com a diversidade que existe aqui e em tantos outros países que vão muito além de um ponto no google maps.